Aguaí-Açú
aguaí-da-serra, aguaí-amarelo, mata-olho, guatambu-de-leite, cerejinha
Nome Científico: Chrysophyllum gonocarpum (Mart. et Eichl.) Engl.
Família Botânica: Sapotaceae

Árvore de médio porte médio, semidecídua a perene, de tronco curto e reto. Possui látex branco em todos os órgãos. As folhas são dispostas reunidas na extremidade dos ramos. Esta espécie é utilizada como alimentícia e para artesanato pelos Mbyá Guarani do RS e da região de Missiones. Em Corrientes, Argentina, o “dulce de aguaí” era tradicional há décadas passadas e, talvez, ainda hoje seja possível encontrá-lo num mercado mais regional. O fruto é uma baga de 2-3 cm de diâmetro, amarelo quando maduro, de polpa carnosa e doce. Os frutos podem ser consumidos in natura, utilizados na elaboração de licores, geleias e doces em calda. A presença de látex, característica da família Sapotaceae, não impede o aproveitamento de seus frutos. Estes são produzidos em grande quantidade e muito apreciados por pássaros, os principais disseminadores de suas sementes.

Em Porto Alegre floresce entre os meses de outubro, novembro e frutifica de novembro a dezembro.

É uma espécie bem adaptada à sombra, preferindo solos úmidos. Distribui-se de forma irregular em fundos de vales ou mesmo em terrenos planos com boa umidade.

No Brasil ocorre desde o MA, RJ e MG, até o RS, onde ocorre em todas as formações florestais do estado. Em Porto Alegre é pouco frequente. O aguaí ocorre também na Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Paraguai.

Como seus frutos são muito apreciados pela avifauna e fauna silvestre em geral, essa espécie é indicada para compor reflorestamentos mistos visando à recuperação de áreas degradadas.

Para fins de produção de mudas, as sementes podem ser obtidas dos frutos retirados diretamente da árvore, quando iniciam a queda espontânea ou mesmo de frutos caídos no chão. A despolpa deve ser manual, sob água corrente, usando uma peneira como aparador. Um quilo de sementes possui cerca de 4000 unidades e estas permanecem viáveis por cerca de 6 meses.

 As sementes devem ser semeadas logo após a despolpa dos frutos, preferencialmente em recipientes individuais que devem ser mantidos em local sombreado. A emergência ocorre entre 20 e 30 dias e a taxa de germinação é considerada média; o desenvolvimento da planta é considerado lento.