Aroeira-Salso
aroeira-salso, aroeira-pimenteira, anacahuita (Uruguai), aroeira-periquita, pimenta del diablo (Argentina)
Nome Científico:Schinus molle L.
Família Botânica: Anacardiaceae

Schinus molle é uma árvore ou arbusto que mede entre 3 e 10 metros de altura, podendo atingir até cerca de 15 metros ou mais. O tronco é tortuoso, de casca fina, cinza-rosada e escamante; fuste geralmente curto. Folhas compostas de folíolos linear-lanceolados; de um verde mais claro e acinzentado que o da aroeira vermelha. Ramos semi-pendentes e flexíveis, que lembram os do salso-chorão, o que lhe rendeu o nome aroeira-salso. A copa é tão característica que permite seu reconhecimento à distância. Os frutos, drupas, são muito semelhantes aos da pimenta-rosa, porém são mais escuros quando maduros. A folhagem é perene e muito ornamental.

S. molle é nativa desde o México até a Argentina e o Uruguai. No Brasil ocorre desde MG até o RS, onde é comum em todo o estado. Espécie bastante comum em Porto Alegre onde floresce de setembro a outubro e frutifica entre os meses de janeiro e abril.

É uma espécie heliófita, embora tolerante a algum grau de sombreamento; muito resistente à seca. Tolera temperaturas abaixo de zero, grandes altitudes e salinidade moderada. Sua regeneração natural é considerada boa.

Existem estudos que relatam que Schinus molle pode causar efeito alergênico semelhante ao causado por Lithrea brasiliensis (aroeira-brava). Entretanto, os mesmos estudos assinalam que o percentual de pessoas sensíveis à aroeira-salso é bem inferior àquele de pessoas sensíveis à aroeira-brava.

Conforme a medicina popular, o chá-de-bugre, Casearia silvestris, é utilizado como "antídoto" para as reações alérgicas causadas pela exposição à aroeira-brava (também chamada de aroeira bugre).

Para a formação de mudas, colher os frutos maduros diretamente da árvore e deixar secar para facilitar a remoção manual da casca e separação das sementes esfregando entre as palmas das mãos; os frutos podem ser utilizados diretamente para semeadura, como se fossem sementes. Um quilo de sementes contém aproximadamente 44.000 unidades. As sementes permanecem viáveis mesmo após um período de armazenamento superior a 8 meses. Para germinação não é necessário nenhum tratamento pré germinativo: basta colocá-las logo que colhidas, em canteiros à pleno sol com substrato argiloso. A emergência ocorre entre 10 e 15 dias e a taxa de germinação é superior a 50%. As mudas desenvolvem-se rapidamente, o mesmo ocorrendo com as plantas no campo, que podem ultrapassar 4,5 m aos 2 anos.

Apesar do nome aroeira-pimenteira e a semelhança entre seus frutos, as aroeiras-pimenteiras não tem parentesco com a pimenta-do-reino. Os pequenos frutos das aroeiras do gênero Schinus guardam como semelhança com a pimenta-do-reino apenas o formato e o tamanho. O sabor está mais pra adocicado do que para picante, ao contrário da maioria das pimentas; o aroma é a principal característica dos frutos dessas espécies.

Na culinária podem condimentar tanto pratos salgados quanto doces, conferindo ainda um efeito decorativo dado pela cor vibrante dos frutos, os quais devem ser utilizados para finalização de pratos.

Outra forma de se preparar a pimenta rosa para uso é colher os frutos maduros e depois secá-los até que a casca fique quebradiça. Friccionar os frutos secos entre as palmas das mãos para separar as sementes das cascas. Depois, levar ao forno baixo (100o C) por 10 minutos. Deixar esfriar e acondicionar em potes de vidro bem secos. No momento de usar, as sementes podem ser moídas e, então, salpicadas sobre o alimento.

As aroeiras são árvores frondosas que ficam ainda mais bonitas quando carregadas dos cachos com pequenos frutos avermelhados ou castanhos. Devido ao apelo visual, a árvore é cultivada como planta ornamental em vários países mediterrâneos.

Uso medicinal

No Uruguai são relatadas várias formas de utilização medicinal de Schinus molle, a aroeira-salso ou anacahuita, como é mais conhecida naquele país. Alguns xaropes são elaborados a partir de suas folhas em associação com outros elementos. Como exemplo: folhas + açúcar queimado (no tratamento de infecções respiratórias), chá das folhas + guaco + urtiga (tosse e resfriado), eucalipto + mel + urtiga + orégano + anacauíta (anti-gripal), as raízes cozidas para males dos rins, a resina seca para desinfecção e cicatrização de feridas. Seu uso na medicina popular é tão amplo que no Peru é chamada de “sanalotodo”, com o sentido de “cura-tudo”ou “cura o todo”.