Arumbeva
palma
Nome Científico: Opuntia monacantha (Willd.) Haw.
Família Botânica: Cactaceae

Opuntia monachanta é um cacto herbáceo, colonizador de vegetação de restinga. Suas flores mostram algumas características particulares, como antese diurna, pétalas com coloração amarela vibrante, grande quantidade de estames e anteras com grãos de pólen grandes; não produzem néctar. A fragrância das flores é suave e a melitofilia é a síndrome mais comum no gênero. Esta espécie produz uma grande quantidade de frutos, além de ser utilizada também como hortaliça: os cladódios podem ser consumidos cozidos, em pães ou em sucos verdes. Os frutos têm, em média, 8.46 cm de comprimento e 5.66 cm de diâmetro. Destes, é aproveitável somente a porção apical, de polpa verde escura e sabor agridoce semelhante ao do kiwi e apresentam, em média, mais de 300 sementes. A polpa pode ser consumida in natura, mas também processada para a elaboração de doces, sorvetes e molhos para acompanhar pratos salgados. A coloração arroxeada dos frutos sugere a presença de betalaínas, que são potentes antioxidantes. Para a coleta e manuseio dos frutos é necessário muita cautela, pois eles são recobertos por gloquídios muito irritantes ao contato. Assim, o uso de luvas é indicado. Após colhidos, deve-se imergi-los em água fervente por alguns minutos. Dessa forma, os gloquídios ficam macios e caem e os frutos podem ser manuseados sem risco de irritação à pele ou mucosas.

Da mesma forma que a tuna, a arumbeva se presta ao cultivo em solos arenosos e pegregosos e pode ser uma opção a mais de renda para a agricultura familiar, tanto no aproveitamento dos frutos quanto dos cladódios (palmas).

Os frutos da arumbeva têm mais polpa que os da tuna, o quê aumenta seu aproveitamento. Entretanto, o fruto da tuna é mais resistente ao armazenamento e conserva-se por mais tempo que o da arumbeva (Oliveira, 1992).  

No Rio Grande do Sul ocorrem as seguintes espécies do gênero Opuntia: O. elata, registrada no Parque do Espinilho; O. megapotamica, espécie endêmica Serra do Sudeste; O. viridirubra,  registrada nas Guaritas (em Caçapava do Sul); O. Monachanta, de ocorrência em toda costa sul do Brasil e presente nos morros graníticos de Porto Alegre.

No México, o extrato das pétalas de espécies de Opuntia sp vem sendo estudado como potencial coadjuvante no tratamento de câncer de próstata.

Outra opção de trabalho e geração de renda a partir desses cactos é a criação de cochonilhas para produção de corante natural.  

O cultivo manejado de cactos pode representar uma boa opção para pequenas propriedades, sobretudo quando estas estão em ambientes pouco “agricultáveis”, isto é, arenosos e pedregosos, com déficit hídrico, normalmente desprezados pela agricultura.