Bananinha-do-Mato
gravatá, caraguatá, gravatá-da-praia, gravatá-do-mato, bananinha-de-macaco
Nome Científico: Bromelia antiachanta Bertol.
Família Botânica: Bromeliaceae

O gênero Bromelia

Este gênero é um dos mais diversos dentro da família Bromeliaceae. Compreende 56 espécies distribuídas desde o México até a Bacia do Prata, Argentina. São reconhecidos dois centros de diversidade para este gênero: a América Central e o Escudo Brasileiro, sobretudo o bioma Cerrado.

A maioria das espécies são ervas robustas, terrestres, monocárpicas sequenciais, de folhas providas de grandes acúleos curvos. As inflorescências são subsséseis, simples ou compostas.

A bananinha-do-mato é herbácea perene monocárpica, ereta, acaule, estolonífera, de 40 a 90 cm de altura, nativa dos campos e cerrados de quase todo o Brasil. Folhas em rosetas basais, lanceoladas, canaliculadas, coriáceas, com espinhos em forma de gancho nas margens. Os espinhos basais são voltados para baixo e os do meio das folhas e em direção ao ápice, para cima. As flores, de coloração violeta, são dispostas num racemo de eixo grosso localizado no centro da roseta. No início do período reprodutivo, marcado pelo aparecimento da inflorescência, aparecem no centro da roseta brácteas vermelhas. Os frutos são bagas ovaladas, de casca fina, áspera e amarelada. A polpa é comestível, fibrosa, esbranquiçada, com muitas pequenas sementes pretas.

B. antiachanta é considerada uma espécies com potencial múltiplo. Desde a década de 1940 há registros de seu uso na medicina popular como possuidora de propriedades anti-helmínticas e antitussígenas, dentre outras. Dos frutos, ácidos, a polpa carnosa é comumente usada para o preparo de xarope expectorante empregado no tratamento de asma, bronquite, ancilostomíase, tratamento da icterícia, para eliminar pedras nos rins, dentre outros. Para tratar aftas: chá das folhas adicionado de algumas gotas de própolis.

Como coadjuvante no tratamento de problemas respiratórios os frutos podem, ainda, serem consumidos depois de partidos ao meio, cobertos com uma camada de mel e assados em forno médio.

Como xarope: ferver um fruto cortado em uma xícara de água, por 5 minutos. Após, amassar o fruto, coar e adicionar 2 xícaras de café de mel (ou açúcar demerara cristal) , retornando o preparado ao fogo até homogeneizar a mistura.

É tradicionalmente cultivada como cerca viva defensiva, delimitando propriedades. Com suas folhas podem ser confeccionados tapetes e cordas rústicas.

Na alimentação, os frutos podem ser consumidos tanto in natura quanto em doces e licores. Outro uso observado é como hortaliça pela extração de palmito, o qual é utilizado da mesma maneira que o palmito da palmeira juçara (Euterpe edulis), isto é, em saladas, molhos, refogados, pastéis e etc. O palmito da bananinha–do-mato é extraído das folhas recém- diferenciadas do meristema apical da planta.

Ocorre nos estados do ES, RJ, SP, PR, SC e RS. Habita principalmente solos úmidos de florestas, restingas e de vegetação secundária, formando densos agrupamentos descontínuos.

A floração é anual, entre dezembro e final de janeiro e início de fevereiro. A frutificação ocorre em torno de meados de fevereiro e segue até o mês de junho.

Propagação: ocorre polinização cruzada, mas a espécie é também autocompatível e capaz de reproduzir-se vegetativamente, por brotação. Apesar de atrair muitos visitantes florais, admite-se que a bananinha-do-mato é uma espécie ornitófila e provavelmente beija-flores sejam seus principais polinizadores.

Xarope Expectorante
8 bananinhas-do-mato cortadas em 4 pedaços. Com casca, sem as sementes;
1 xícara de açúcar mascavo ou mel ou açúcar demerara;
1 xícara de água;
3 colheres, das de sopa, de guaco seco. Caso use a erva fresca, dobre a quantidade.
Preparo: levar ao fogo baixo as bananinhas, o açúcar e a água, cozinhando qyé que a mistura fique tome a consistência de xarope (engrossada). Adicione o guaco e cozinhe mais 15 minutos. Passe numa peneira fina, esmagando a bananinha junto à tela para que o xarope fique mais consistente.