Cereja-do-Mato
cerejeira, cerejeira-do-rio-grande
Nome Científico: Eugenia involucrata DC.
Família Botânica: Myrtaceae

Árvore de porte médio, de 10 a 15 metros, de tronco reto de casca lisa, cinza-esverdeada, com placas descamantes. A copa é alongada, estreita e de ramificação ascendente, com folhagem verde-escura, brilhante, perenifólia ou semidecídua. As folhas são simples, opostas, eliptico-lanceoladas de bordo liso, ápice alongado, verde-escuras e brilhantes na face superior. A face inferior é levemente mais clara, sem brilho e com a nervura central proeminente, e com nervuras secundárias quase imperceptíveis. As flores são hermafroditas, com duas brácteas foliáceas que se desenvolvem abaixo do fruto, quatro pétalas brancas, reunidas em pedúnculos com uma só flor. Os frutos são oblongos, isolados ou aos pares, apresentando casca lisa vermelho-vonho a negro-vinácea quando maduros, coroados por sépalas foliáceas persistentes. Medem cerca de 3 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. A polpa é suculenta, e as sementes variam de 1 a 5 por fruto e são dispersadas pela fauna. Após a colheita, o fruto in natura precisa de cuidados extras no acondicionamento e transporte, pois é bastante perecível.

Em Porto Alegre floresce em setembro e frutifica entre outubro e novembro.

Espécie seletiva de ambientes mais úmidos (higrófita), sendo heliófita ou de ambientes semi-sombreados, mas geralmente encontrada nas matas primárias em encostas sombreadas e próximo a cursos dágua. Prefere solos úmidos e mais férteis.

Distribui-se desde o RJ e sul de MG até o RS, nas florestas estacionais. Em nosso Estado ocorre na Depressão Central, Alto Uruguai, Planalto, Serra do Sudeste, sendo rara nas matas de Porto Alegre. Ocorre ainda na Argentina, na região de Missiones, e Uruguai. Na bacia do rio Jacuí, é uma das árvores dominantes na mata ribeirinha, na submata de angicos.

Importância e Potencial de Uso: o fruto é excelente para consumo in natura, mas também se presta para processamento em produtos tais como geleias, sucos e licores. O processamento resolve o problema da perecibilidade dos frutos. A espécie é bastante ornamental, principalmente pela copa e tronco de coloração particular, e indicada para arborização urbana e uso em projetos de paisagismo. É encontrada em pomares, sendo o fruto um alimento importante para a fauna. Indicada também para uso em reflorestamento de áreas degradadas, em consórcio com outras frutíferas, por exemplo. Sua madeira é apreciada para cabos de ferramentas e ripas, quando em crescimento mais longitudinal do fuste, em matas mais sombreadas da Depressão Central. É considerada espécie melífera.

A propagação por sementes costuma ocorrer sem problemas, demorando entre 10 a 30 dias para a germinação. Como a semente é recalcitrante, e não pode secar demasiadamente, o indicado é despolpar o fruto e semear prontamente.

Produz frutos de tamanho considerável e com grande potencial para fruto de mesa, tanto pelo sabor agradável da polpa quanto pela coloração arroxeada escura da casca.

Tem crescimento razoavelmente rápido, quando em semi-sombra e em solos bem férteis e argilosos ou húmicos, e com boa disponibilidade hídrica, ou seja, boa irrigação nas épocas mais secas.