Chal-Chal
baga-de-morcego, fruto-de-pombo, vacum, olho-de-pomba, murta-vermelha, fruta-de-paraó, frutilla (Argentina), wakú (indígena Guarani)
Nome Científico: Allophylus edulis (S. Hil.) Radlk.
Família Botânica: Sapindaceae

O chal-chal é facilmente reconhecível por suas folhas compostas por três folíolos de bordo serreado. É uma árvore de baixo porte, de até 10 metros de altura, perenifólia (não perde a folhagem ao longo do ano), de tronco normalmente ramificado, de pouca altura, tortuoso e de base achatada. A casca do tronco mostra fissuras longitudinais. Folhas de disposição alterna e flores pequenas, brancas, reunidas em densos cachos. Kinupp (2006) relata que, apesar do epíteto específico edulis (do latim=comestível) o chal-chal pouco é referenciado na literatura especializada como espécie frutífera. Talvez pelo tamanho reduzido dos frutos: uma drupa arredondada, glabra, vermelha quando madura. O fruto, adocicado e um pouco adstringente, é bastante apreciado pela fauna, fato que se evidencia nos nomes “baga-de-morcego” e “fruto-de-pombo”.   As sementes são dispersas pela fauna silvestre em geral e a espécie tem grande capacidade de regeneração natural.

Embora o tamanho pequeno dos frutos confira a essa espécie um baixo apelo comercial, se considerarmos que o chal-chal é de ocorrência muito comum, sua frutificação é massiva, o amadurecimento dos frutos é quase sincrônico e a colheita bem facilitada, vê-se que pode ser uma boa opção para o extrativismo. Entretanto, a perecibilidade dos frutos é alta, fato que dificulta a comercialização in natura. Dessa forma é indicada a elaboração de produtos derivados e a comercialização da polpa congelada.  Há relatos de consumo das sementes, após torradas e salgadas.

Bandejinhas com cerca de 300g de frutos de chal-chal podem ser encontradas em feiras ecológicas de Porto Alegre. Segundo relato de feirante que comercializa a fruta, a procura é principalmente para incrementar sucos, verdes ou de frutas vermelhas. Pela coloração vermelha intensa, fica sugerido um alto teor de licopenos.

A floração ocorre de junho a novembro e a maturação dos frutos ocorre na primavera, entre outubro e novembro.

É uma espécie pioneira, componente de florestas densas, embora ocorra em populações maiores em matas mais baixas e esparsas. Ocorre tanto em solos úmidos quanto em solos rochosos, tanto em locais de luminosidade intensa quanto em locais sombreados.

Distribui-se desde as Guianas até a Argentina. No Brasil, desde a AM até o RS. Em nosso estado ocorre nas encostas da Mata Atlântica, Escudo SulRiograndense, matas do Alto Uruguai, Depressão Central e Planalto. É muito comum em praças, parques e ruas de Porto Alegre.

Espécie importante como fornecedora de frutos para as aves e bugios, por exemplo; espécie indicada para recuperação de áreas degradadas. Seus frutos são bastante consumidos pelas pessoas no meio rural. É uma espécie melífera, ornamental e rústica, suportando bem ser transplantada.

A propagação natural é abundante em diversos ambientes. Para a produção de mudas, a semeadura pode ser feita em canteiros ou em saquinhos individuais, e a germinação ocorre, em média, entre 20 e 30 dias.