Guabiroba
guaviroba, guabirova, guariba, guabirobeira-do-mato, wavirá (Guarani), guabirá (Castelhano)
Nome Científico: Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O. Berg
Família Botânica: Myrtaceae

Árvore de médio ou pequeno porte, alcançando até 15 metros de altura, de tronco geralmente tortuoso. Casca externa cinza-pardacenta, com fissuras formando placas longitudinais de deiscência em tiras delgadas. A copa é verde arredondada em indivíduos isolados, com folhagem densa verde clara, semidecidual. Os ramos e folhas não apresentam pelos. As folhas são glandulosas, de bordo liso com ondulações que lhes conferem um aspecto de crespas. Quando maceradas, são muito aromáticas. As flores são brancas, hermafroditas, com cinco pétalas; melíferas. A guabirobeira é mais produtiva em climas quentes e úmidos, mas se adapta bem a climas temperados, além de tolerar geadas e temperaturas negativas sem maiores danos. 

O fruto é uma baga globosa achatada nos pólos, envolto em sépalas verde-arroxeadas persistentes que pesa, em média, de 4 a 8 g e mede entre 2,4 cm de comprimento e 1,5 cm de largura. A casca é lisa, fina e amarela quando o fruto está maduro. A polpa é suculenta, doce e aromática, com teores de umidade em torno de 87%.  Este alto valor de umidade parece ser uma característica desse gênero e família e confere aos frutos sempre um aspecto suculento, independentemente do bioma ou vegetação em que ocorrem (florestas de Mata Atlântica ou de Cerrado, por exemplo).

Possui alto teor de vitaminas, sobretudo as dos complexos C e D, além de quantidade apreciável de sais minerais como fósforo e cálcio. Pode ser consumido in natura e também utilizado na elaboração de licores, sucos, sorvetes e outros.

Depois de colhidos, o ideal é consumir os frutos em até uma semana; caso contrário, é indicado o congelamento para o uso posterior da polpa. As sementes, de 1 a 32 por fruto, são disseminadas pela fauna em geral para a qual a guabiroba é um recurso alimentar importante. Cada quilo de sementes tem, em média, 28 mil unidades.

O florescimento ocorre num pequeno período, de 10 a 15 dias, de setembro a novembro. A frutificação, de dezembro a janeiro.

As folhas são utilizadas na medicina popular para uma infusão que é usada como adstringente e para problemas do trato urinário e no controle de peso, no combate à disenteria, febre e escorbuto.  Estudos realizados nas folhas dessa espécie indicaram a presença de flavonóides, taninos, saponinas e óleo essencial; possuem efeito antiulcerogênico.

Possui potencial ornamental pela sua bela folhagem que produz boa sombra. Na arborização urbana é indicada para canteiros centrais e calçadas largas, devido ao afloramento de suas raízes. A lenha tem aroma agradável, quando queimada, sendo utilizada tradicionalmente para sapecar erva-mate.

É considerada espécie pioneira e se dispersa melhor em solos úmidos e bem drenados, tanto em áreas planas como em encostas e nas proximidades de cursos d’água. Pode ainda ocorrer em solos secos, compactados e de baixa fertilidade. É uma espécie recomendada para recuperação de ecossistemas degradados.

Sua região de ocorrência inclui Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. No Brasil ocorre desde MG até o RS, em quase todas as regiões. Em Porto Alegre é pouco frequente.

A guabirobeira se propaga por sementes, sendo que estas são indiferentes à luz para germinar. Estudos indicam que para a germinação, o melhor são os frutos amarelo-alaranjados, considerados em estágio intermediário de maturação (entre o fruto ainda verde e o demasiado maduro, já quase cor de laranja).

A conservação desta espécie depende fundamentalmente da manutenção de seus ambientes naturais, da mesma forma que a maioria das frutíferas nativas.