Pimenta-Rosa
aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira, aroeira-mansa, agwava-yva (Guarani)
Nome Científico: Schinus terebinthifolius Raddi
Família Botânica: Anacardiaceae

Schinus terebinthifolius é uma árvore de baixo porte, perenifólia, de tronco tortuoso, curto, casca grossa, sulcada, escura e rugosa. Possui folhagem densa verde-clara, de folhas com raque e pecíolo alados. Inflorescências em cachos terminais, muito vistosos. Os frutos são drupas globosas, pequenas, medindo de 0,4 a 0,5 cm de diâmetro, de coloração vermelho intenso quando maduros. Também é conhecida como aroeira-mansa, por não apresentar efeito alergênico acentuado em pessoas sensíveis, como acontece, por vezes, com a aroeira-brava (Lithrea brasiliensis), outra espécie pertencente à mesma família botânica.

Em Porto Alegre a aroeira-vermelha floresce de janeiro a abril e frutifica de abril a junho.

É uma espécie pioneira, heliófita, comum em beira de mata e capoeira. Ocorre ainda à beira de riachos em restingas e encostas, em solos rochosos e rasos. Cresce tanto em solos úmidos, como também em secos e pobres. Suporta inundação e encharcamento. Apresenta grande resistência a variações de temperatura e déficit hídrico.

Ocorre na Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. No Brasil é encontrada desde Pernambuco até o Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Em nosso estado, ocorre em todas as formações florestais, sendo muito frequente em Porto Alegre, inclusive muito cultivada em parques e praças; indicada para uso na arborização urbana.

É muito indicada para reflorestamento em campo aberto e áreas de preservação permanente, por ser uma espécie amplamente procurada pela avifauna silvestre. Sua madeira é muito resistente, de boa durabilidade natural, utilizada tradicionalmente na construção de moirões de cerca, lenha e carvão.

Apesar do nome pimenta-rosa e a semelhança entre seus frutos, as aroeiras pimenteiras não tem parentesco com a pimenta-do-reino. Os pequenos frutos das aroeiras do gênero Schinus guardam como semelhança com a pimenta-do-reino apenas o formato e o tamanho. O sabor está mais pra adocicado do que para picante, ao contrário da maioria das pimentas; o aroma é a principal característica dos frutos dessas espécies.

Na culinária podem condimentar tanto pratos salgados quanto doces, conferindo ainda um efeito decorativo dado pela cor vibrante dos frutos, os quais devem ser utilizados para finalização de pratos.

Os frutos podem ser utilizados in natura ou após secos em forno. Entretanto, há relatos de que a pimenta rosa possa produzir reações alérgicas em pessoas sensíveis, da mesma forma que outras especiarias tais como a noz moscada, o cravo ou o anis estrelado. Assim, deve ser consumida apenas em pequenas doses, sobretudo, para aromatizar os pratos. Bastam alguns frutos por porção para conferir o efeito desejado. A pimenta-rosa é também muito utilizada na indústria de carnes e embutidos como substituinte da pimenta-do-reino nas preparações processadas.

Outra forma de se preparar a pimenta rosa para uso é colher os frutos maduros e depois secá-los até que a casca fique quebradiça. Friccionar os frutos secos entre as palmas das mãos para separar as sementes das cascas. Depois, levar ao forno baixo (100o C) por 10 minutos. Deixar esfriar e acondicionar em potes de vidro bem secos. No momento de usar, as sementes podem ser moídas e, então, salpicadas sobre o alimento.

Apesar da aroeira-vermelha ser nativa do Brasil e presente em todas as formações florestais em nosso estado, além de parques e ruas, cerca de 80% de toda a pimenta rosa comercializada no Brasil é proveniente da França. A presença e o uso são tão comuns no exterior que na língua inglesa são sinônimos da pimenta rosa: english peruan pepper, Brazilian pepper ou simplesmente Pink pepper. Já em alemão, Brasilianischer pfeffer ou Rosa pfeffer e na própria França é chamada também de poivre d´Amérique.

As aroeiras são árvores frondosas que ficam ainda mais bonitas quando carregadas dos cachos com pequenos frutos avermelhados. Devido ao apelo visual, a árvore é cultivada como planta ornamental em vários países mediterrâneos.

Uso medicinal

Além do uso condimentar do fruto, outras partes da planta, como as folhas, a casca do ronco e das sementes, são utilizadas na medicina popular. Na fitoterapia, seu uso é amplo. Da casca das sementes das aroeiras, em especial da vermelha, é possível extrair-se um óleo essencial de ação bactericida muito utilizado. A este óleo é também conferida a propriedade de tratar febres, tumores, doenças da córnea, das vias respiratórias e urinárias. A pimenta rosa é ativadora da produção de sangue na medula óssea; anti-vermífuga e anti-inflamatória.

No Uruguai são relatadas várias formas de utilização medicinal de Schinus molle, a aroeira-salso ou anacahuita, como é mais conhecida naquele país. Alguns xaropes são elaborados a partir de suas folhas em associação com outros elementos. Como exemplo: folhas + açúcar queimado (no tratamento de infecções respiratórias), chá das folhas + guaco + urtiga (tosse e resfriado), eucalipto + mel + urtiga + orégano + anacauíta (anti-gripal), as raízes cozidas para males dos rins, a resina seca para desinfecção e cicatrização de feridas. Seu uso na medicina popular é tão amplo que no Peru é chamada de “sanalotodo”, com o sentido de “cura-tudo”ou “cura o todo”.

Dados provenientes de estudos científicos vêm reconhecendo as propriedades medicinais da pimenta rosa, tradicionalmente apontadas na medicina popular. Da casca das sementes das aroeiras, em especial as do gênero Schinus é possível extrair-se um óleo essencial eficiente no tratamento de febre, tumores, doenças da córnea, das vias respiratórias e urinárias. Esse mesmo óleo, presente também na casca dos frutos, é ativador da produção de sangue na medula óssea, portanto, anti-raquítico. Atua também na depuração e purificação do organismo, é anti- vermífugo e anti- inflamatório.